Pedro Sales entrega o melhor da fotografia boudoir em São Paulo

Especialista em fotografia boudoir na capital paulista, registrando a mais pura intimidade feminina, Pedro Sales entrega identidade e propriedade a cada novo ensaio.
As fotos compartilhadas parecem literalmente assinadas pelo profissional, graças ao estilo característico não somente dos cliques, mas também da própria edição.
Vamos conferir algumas delas logo abaixo, junto com o papo espirituoso que batemos com o rapaz!
Há quanto tempo você trabalha com fotografia sensual?
R: Comecei a trabalhar com sensual em 2020, que foi justamente o ano em que comecei a fotografar.
Acho que vale trazer aqui como surgiu minha paixão pela fotografia: tudo surgiu em uma feira cultural no ensino fundamental (ou ginásio, dependendo da geração de quem lê), onde eu fiquei responsável por fotografar e filmar skatistas em São Paulo. Comecei a consumir muita fotografia de esportes, assistia Canal Off diariamente e me encantei pelo trabalho do Flávio Samelo no programa “Pela Rua”.
Agora vem a “plot twist”.
Em 2019 tive um relacionamento com uma criadora de conteúdo, fiquei maravilhado com a fotografia boudoir e sensual e desde então minha paixão está direcionada a esse segmento.
Qual seu estilo de ensaio preferido?
R: Sem sombra de dúvidas qualquer ensaio que seja leve, divertido, descontraído e que tenha bastante sombra! Gosto muito de luz artificial e busco sempre brincar com contraste. Isso tudo vem da minha paixão por cinematografia, onde tento trazer alguns elementos do cinema pra dentro da fotografia sensual.
Inclusive, há um tempo participei de um workshop maravilhoso de fotografia cinematográfica com uma das maiores referências no assunto aqui no Brasil.

Em quais fotógrafos você costuma se inspirar?
R: São muitos os nomes das referências que tenho, mas destaco três como sendo os que mais me inspiram.
- Well Naves, a referência em fotografia cinematográfica;
- Emilia Brandão, fotógrafa da Vogue, Elle Magazine etc., que é uma lenda dos editoriais de moda e que tive a honra de estudar com ela direção de modelos;
- Sebastião Salgado, que dispensa apresentações, mas me traz toda a bagagem do contraste profundo e a paixão pelo preto e branco.

Notamos que você preza pela diversidade feminina. Poderia nos falar mais sobre esse ponto?
R: Sempre senti falta de enxergar a diversidade feminina representada na fotografia sensual. Há uns anos eu participava de grupos de diálogo de inclusão racial e funcional (pessoas com deficiência) e, quando comecei a fotografar, quis trazer pra dentro da arte esse conceito de forma a quebrar o “estereótipo do corpo perfeito” criado pela sociedade.
Com isso, tendo um portfólio diverso, sou procurado por mulheres das mais variadas características, corpos, origens…
Qual é o ensaio que você tem mais orgulho em ter feito?
R: Eu amo todos os ensaios que fiz e que faço, mas curiosamente o meu preferido não é sensual, mas sim um ensaio casual que fiz de uma amiga minha que me gerou um editorial de moda para a Chilli Beans (sim, eu também faço editoriais, ensaios casuais e pré-weddings).
Depois dessa foto a Chilli Beans me notou e me chamou pra clicar um editorial das coleções “Alok” e “Loucuras da Nobreza”.

Sabemos que você coleciona histórias curiosas e bizarras de ensaios, que tal nos contar uma ou duas?
R: Putz, isso eu tenho mesmo! (risos)
Já aconteceu de estar fotografando no Cemitério da Consolação com uma cliente e ficar preso lá dentro! O portão fechava às 18h e encerramos o job após o horário. Quando chegamos na frente do portão da Rua da Consolação, os bombeiros do outro lado da rua olharam para gente e racharam o bico! Depois disso fui procurar alguém lá dentro (que estivesse vivo e que não fosse o Rottweiler que tinha visto horas antes) para nos ajudar a sair de lá.
Uma outra bastante bizarra foi quando estava fazendo o ensaio da Carol Francci em um parque aqui em São Paulo. Tudo ia bem até que, de repente, fomos surpreendidos por uma gangue de macacos… talvez mais de 15! Eles foram se aproximando cada vez mais da gente, fazendo um barulho semelhante a um “rosnado”. Um deles ameaçou pular na Carol e a bichinha caiu com uma perna dentro de um buraco imenso no chão! Foi um caos, mas no final rendeu um monte de click maravilhoso, várias risadas, um lanche delicioso no final e uma história guardada para sempre! (risos)

Quais as 3 modelos mais famosas que você já fotografou?
R: Acho bem relativo o conceito de fama, uma vez que determinadas personalidades são reconhecidas por determinados públicos, que não necessariamente são os mesmos para a mesma comparação.
Mas aterrissando à pergunta e considerando, talvez, critérios como nível de autoridade e influência em um nicho específico, já tive a oportunidade de fotografar o Gabe Spec (um cara nada ortodoxo referência no BDSM), a Carol Francci (é criadora de conteúdo e modelo que já clicou com as maiores lendas da fotografia sensual no Brasil) e a própria Brit (que também é referência como modelo, criadora de conteúdo, recrutadora da Sexy e membro do time da Santa Caliente).
Além dessas pessoas, fora do sensual já cliquei a Eliana (como paparazzo) e o piloto Galid Osman da Stock Car.
Sobre os próximos passos da sua carreira, onde você almeja chegar com a fotografia?
R: Curiosamente eu não me vejo clicando sensual para sempre. No longo prazo quero migrar para o mercado da moda e trabalhar para grandes revistas.
Você possui outro projeto ou iniciativa que gostaria de apresentar ao nosso público?
R: Ainda não estou envolvido, mas pretendo participar de projetos onde a fotografia possa agregar valor de alguma maneira para a sociedade, como, por exemplo, dando visibilidade a histórias de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Você usa alguma técnica para deixar as modelos mais à vontade? Se sim, qual?
R: A técnica é simples: faço com que o trabalho não tenha peso de trabalho. O ensaio começa muito antes de realmente acontecer. E talvez a fase do planejamento seja a mais importante de todas, na minha opinião.
Quando começo o contato com alguma cliente ou modelo, sempre deixo claro que preciso entender tudo para personalizamos o trabalho para ela. Afinal, cada uma é dotada de uma personalidade e o desafio de todo fotógrafo é conseguir representar isso em um frame de segundo.
Esse “entender tudo” envolve a definição do estilo, seleção de referências, escolha da locação e dos looks, harmonização dos looks com a locação, a escolha da playlist de músicas no Spotify (ensaio sem música não é ensaio… me julguem!) e tudo que for importante para a realização do job.
Com um pouco de conversa já é possível saber se o “santo bateu” e se as expectativas serão atingidas. Isso é fundamental para o sucesso do trabalho, afinal, ensaio sensual é uma experiência e a relação fotógrafo-modelo sempre deve ser leve e respeitosa.
E no dia do ensaio? É risada para tudo que é lado, modelo me zoando porque as vezes vou para o job de Crocs, eu fazendo as poses quando a direção está desafiadora… mas garanto que não sou tão sexy como elas fazendo isso, gente! (risos)

Como a modelo deve se preparar para um ensaio sensual?
R: O primeiro passo, eu diria, acontece na escolha do profissional. É importante a modelo ter uma ideia do estilo que quer para procurar fotógrafos que já tenham um portfólio naquela mesma linha.
Vou dizer algo que nunca vi ninguém dizer: não escolha um fotógrafo pelo orçamento dele, pois você corre o risco de contratar alguém mais barato e o estilo do profissional não atender às expectativas. Isso não significa que orçamentos baixos estejam relacionados a baixa qualidade, okay? O ponto é que existe uma variedade imensa de estilos dentro da fotografia e cada fotógrafo trabalha com um – ou alguns – e você precisa escolher com sabedoria.
Feito isso, o segundo passo consiste em colher feedback de clientes desse profissional. Estando tudo certo, vá em frente!
Já está tudo planejado? Data marcada, looks comprados e locação reservada? Então durma bem na véspera, prepare com antecedência sua mochila, leve sempre um pacote de lenços umedecidos (pés sujos são um terror e imprevistos podem acontecer), leve cola de unha (já vi um monte de unha cair no meio do job e obviamente eu não carrego Super Bonder na minha mochila, haha), carregue sua bateria social, encha seu rosto de sorriso, respire com confiança, leve seu celular carregado e #bora!
Alguma dica que você gostaria de dar para quem nunca fez um ensaio sensual?
R: Nossa, com certeza! A maioria das minhas clientes nunca fez um ensaio antes. Portanto, as preocupações são sempre as mesmas e vou tentar esclarecer em 3 dicas:
Dica 1: Leve alguém para acompanhar caso isso te tranquilize;
Dica 2: Converse bastante com o fotógrafo, conte a ele os seus limites e alinhe cada detalhe;
Dica 3: Ensaio sensual não pressupõe nudez! Muitas pessoas acreditam que para fazer um ensaio é obrigatório mostrar tudo, mas não, nada é obrigatório! Você irá fazer somente aquilo que desejar e que se sentir confortável, okay?
Como dica extra, atente-se ao seu calendário menstrual na hora de marcar a data do ensaio para não passar perrengue.
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